top of page

Mobilidade


É trágico observar que, em linhas gerais, apenas 2% das crianças mais pobres podem aspirar a alguma melhora significativa de condição social no Brasil. A mobilidade, aqui, está imóvel – e a quase totalidade daquelas crianças está condenada a repetir uma história de provação.

Parece ser evidente, outra vez, que somente a educação de qualidade poderia alterar esse quadro1 – e não ter as habilidades vindas do ensino adequado implica num futuro de subtrabalho e subvida.

Mas é difícil conceber a mudança, quando, para ter o básico de condições, a educação precisaria receber mais de 60 bilhões de reais adicionais por ano. Isso, para funcionar em período parcial2.

Também entre os pais parece haver consenso de que a educação em tempo integral deveria ser prioriedade na escola pública – necessidade que, dizem os especialistas, assume tom dramático ao nos lembrarmos da situação das mães solo, que precisam cuidar de tudo na família, inclusive do sustento3.

Nosso Coletivo tem feito o que pode – iniciamos, neste ano, o serviço de contraturno escolar, com foco na educação terapêutica, tudo absolutamente gratuito, com recursos doados pela sociedade civil. Sabemos que isso fará a diferença na vida de alguém.

Mobilidade social não é torcer para que alguém se mova entre classes sociais. Mobilidade social é nosso próprio movimento para fazer isso possível.


(Thaís Cassapian)


1 Folha de S. Paulo, edição de 06.06.25, “Menos de 2% das crianças pobres no Brasil atingem renda dos mais ricos quando adultas”.

2 Folha de S. Paulo, edição de 09.06.25, “Estudo aponta que educação básica precisaria de R$ 61,3 bi a mais este ano”.

3 Valor Econômico, edição de 09.06.25, “Pais defendem ensino integral na rede municipal”

 
 
 

Comments


2022 © Coletivo de Apoio à Maternidade Solo

  • Localiação
  • 10_edited
  • Facebook
bottom of page